Registros do IBGE (1959) apontam que os primeiros moradores a se instalarem de fato no município foram os senhores João Camilo Barbosa e Manoel Alexandre Hening, que chegaram as margens do rio Jaguaricatú por volta de 1893, atraídos pelo solo da região e riquezas naturais existentes. Iniciaram, a plantação de milho e a criação de gado e suínos. Em 1908 deu-se a inauguração da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, mais tarde denominada Rede Ferroviária Federal S/A, e que neste trecho passou a pertencer à Rede Viação Paraná – Santa Catarina, atualmente desativada neste município. Chegaram nesta época novos moradores e instalou-se uma serraria a fim de explorar a quantidade considerável de pinheiros que cobria a região. Outro fator de decisiva importância na formação da futura comunidade foi o trânsito intenso de tropas muares, que partiam do Rio Grande do Sul, faziam paradas às margens do rio, onde os tropeiros procuravam alimentos e acomodações para descansarem. Surgiram assim estabelecimentos comerciais, como o do sr. Joaquim Ferreira Lobo, que muito contribuíram para a fundação do povoado.
Em 1908 deu-se a inauguração da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, mais tarde denominada Rede Ferroviária Federal S/A, atualmente desativada. Com a estrada de ferro veio a estação que batizada de “Sengés” homenageava o seu então idealizador o engenheiro carioca descendente de franceses, responsável pelo trecho Gastão Alberto Sengés.
Em 1910 era instalada a Coletoria Estadual, hoje chamada de Agência de Rendas.
Em 24 de dezembro de 1915 foi criado o Distrito Policial e em 30 de março de 1917, através da Lei Estadual nº. 1.709 foi elevado a Distrito Judiciário, com o nome de Jaguaricatú, que em Tupi Guarani significa “rio bom das onças”
Um fato digno de ser relatado foi a participação da cidade na revolução de 1930. Por estar localizada na fronteira entre os estados do Paraná e São Paulo, e contar ainda com o privilégio de ser cortada pela única boa via terrestre que ligava a região Sul a São Paulo, Sengés se tornou palco de sangrentas batalhas.
No dia 10 de outubro de 1930, à noite chegou a então Vila de Sengés, uma patrulha composta de 10 cavalarias do Décimo Quinto Batalhão de Cavalaria de Curitiba. Os Senhores: Martinho Jorge e Ambrósio Jorge, interpelaram esta patrulha procurando saber noticias do movimento e qual atitude a população deveria tomar. Obtiveram a resposta que as tropas do Rio Grande do Sul e de Curitiba já estavam se deslocando para a cidade e só haveria combate se os paulistas atacassem.
No dia seguinte, um trem proveniente de São Paulo, com tropas armadas, chegou à vila e quando estava adentrando os limites do vilarejo foi recebido a tiros de fuzil pelas tropas revolucionarias. Esse trem retrocedeu imediatamente, a população ja um tanto assustada começou a abandonar a vila.
Dentro de um ou dois dias chegaram as tropas do sul, sendo as primeiras compostas de batalhões de Curitiba, e do Décimo Terceiro Regimento de Infantaria de Ponta Grossa, e que se entrincheiraram em alguns locais, principalmente junto a estação da estrada de ferro. Suas trincheiras eram do tipo Valeta da Arte Alemã, cheias de zigue-zague. Os paulistas chegaram também quase ao mesmo tempo e entrincheiraram-se pouco acima do local onde esta localizado o Terminal Rodoviário, num dos pontos mais altos da cidade.
Um avião, conhecido como “Vermelhinho Paulista”, fez vários ataques à vila, atirando bombas em muitos locais, apavorando assim a população que ainda permanecia no local.
O templo da Igreja Presbiteriana foi transformado em Hospital de Emergência, onde eram prestados os primeiros socorros aos feridos e depois encaminhados à cidade de Castro (cerca de 130 Km de distância).
HHouve combates sangrentos, sendo um dos piores o que se deu no dia 23 de outubro de 1930, em que morreu o coronel Izaltino Pinho, até então capitão do Décimo Terceiro Regimento de Infantaria de Ponta Grossa. Tomaram parte ativa nesta revolução os então soldados, Salomão Jorge e Augusto Pereira, ambos desta localidade. No dia seguinte a revolução acabou e as tropas se retiraram do povoado, deixando para trás um rastro de destruição.
Então os moradores deram início a reconstrução do que a guerra tinha destruído e em 08 de fevereiro de 1934 o Distrito Judiciário de Jaguaricatú passa a categoria de município, denominandose Sengés, estendendo a homenagem feita ao então engenheiro que deu nome a estação.
A 28 de fevereiro de 1934 foi nomeado o primeiro prefeito o senhor Durval Jorge e a instalação do município deu-se oficialmente no dia 1º. de março de 1934, sendo considerado o dia do município.
Em 1944 Sengés foi elevada a Termo Judiciário e em 1949 a Comarca de Primeira Instância.
Atualmente Sengés é muito conhecida na região como Polo Turístico e Madeireiro, e recebe uma grande migração de famílias que vem a procura de emprego e se instalam no município.